São os EUA uma potência unipolar?
No mundo de hoje, grande potência é um Estado capaz de projetar
o seu poder de forma comparável com o Estado mais poderoso do sistema. De
acordo com este critério, apenas os EUA são uma grande potência.(Os restantes
estados do sistema internacional de hoje dividem-se em duas categorias. Aqueles
que poderiam evitar ser conquistados pelos EUA são potências médias. E todos os
outros são potências menores).
O mundo de hoje não é portanto multipolar. Mas nem todos os
que aceitam esta última afirmação concordam que o mundo seja unipolar. Para
alguns, a própria ideia de polaridade deixou de fazer sentido, já que as
grandes potências de hoje vivem em concerto, reforçado por uma miríade de
instituições que garantem a cooperação internacional. Esta é uma interpretação
particularmente querida na Europa, que vive na ilusão de que no mundo de hoje a
competição foi substituída pela cooperação, esquecendo-se que, se essa é a
realidade europeia, tal se deve à proteção dos EUA durante toda a Guerra Fria
num cenário de acesa competição estratégica com a URSS.Esta visão de
pós-polaridade é, no entanto, uma miragem. Basta ler os documentos de Estratégia
Nacional de Segurança dos EUA, quer durante a Administração Clinton, quer durante
a atual Administração Bush, para perceber que a competição internacional pelo
poder está, infelizmente, de boa saúde. Os EUA, apesar de toda a retórica de cooperação
da Administração Clinton, têm desde o final da Guerra Fria perseguido consistentemente
um objetivo estratégico principal – a manutenção da sua primazia no sistema
internacional. Por vezes recorrem a instituições para fazê-lo; outras vezes recorrem
à ameaça ou ao uso da força. Mas não restam dúvidas de que Washington faz e fará
tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que outros estados se aproximem do
enorme poderio americano. E poucos são os que duvidam que Pequim, se tivesse um
poderio comparável aos EUA, aceitaria continuar a estar rodeada por aliados
americanos e continuaria a deixar que navios da US Navy patrulhassem quase em
exclusividade as rotas de comércio chinês.
Em suma, e apesar de alguns estados serem capazes de evitar
a derrota no caso de uma invasão lançada pelos EUA, nenhum país possui uma
capacidade de projetar globalmente poderio militar comparável à dos EUA. Os EUA
possuem portanto uma liberdade de ação incomparável – e frequentemente
incontestada. Assim sendo, os EUA são a única grande potência no mundo de hoje.
Mais, quer os EUA, quer os seus potenciais competidores continuam a
comportar-se de acordo com os princípios da balança de poder. Como tal, há que
admitir, goste-se ou não, que o mundo em que vivemos é unipolar.
Nuno Peres Monteiro
Mundo Multipolar
Com o declínio do regime socialista em âmbito global, o
capitalismo despontou hegemonicamente como sistema político-social. No período
da Guerra Fria existiam duas potências mundiais: EUA e URSS. Naquele momento o
mundo era considerado bipolar. Mas após acontecimentos históricos, o mundo
passou a ter uma nova organização geopolítica, de forma que há distintos
centros de poder, exercendo influência no campo político, econômico e militar,
isto é, um mundo multipolar.
Hoje, a principal potência militar, econômica e política é
os EUA, essa nação superou em todos os aspectos os soviéticos após o seu
declínio, e assim é responsável pela maioria das intervenções de caráter
militar no globo.
No campo econômico, o Japão atualmente ocupa a condição de
segunda potência mundial. A aplicação de medidas direcionadas à saúde e
educação resultou em crescimento acelerado de sua economia.
A Europa é considerada também como uma potência econômica,
condição que resultou do sucesso da União Europeia, o principal bloco econômico
do planeta, que tem como principais líderes Alemanha, França e Inglaterra.
Ah, atualmente, os países emergentes também tem lá sua importância.
Eduardo de Freitas (Texto adaptado)
Bem, após analisar estes dois pontos de vista, sinto-me preparada para responder a esta questão. O mundo, na minha concepção, é multipolar. Sem dúvidas os EUA são a maior potência em todos os aspectos, porém, o mundo não está totalmente voltado para esta grande potência. Não podemos menosprezar a força do restante do mundo. Tudo esta interligado. "O mundo precisa do mundo".
Eduarda Lopes
Eduarda,
ResponderExcluirGostei das suas observações e dos textos e imagens colocados no se portfólio. Parabéns!
Atenciosamente,
Professor César Augusto
Eduarda,
ResponderExcluirGostei muito destes textos (ainda mais porque é com isso que quero trabalhar, com Geopolítica e Relações Internacionais). Te dou os parabéns e agradeço por me mostrar essas duas opiniões, que ajudaram na formação da minha, que vou te falar agora.
Na minha concepção, o mundo está em um estágio de transição de Uni para Multipolar. Quando a URSS caiu, não havia dúvidas de que os EUA dominavam o mundo. Na década de 90, por exemplo, o crescimento econômico dos EUA era comparável ao da China atualmente, e não havia mais nenhum "país-problema" igual a URSS. A Europa e o Japão eram muito fortes também, mas não passavam disso: bons concorrentes comerciais. Não chegavam a ser uma ameaça a supremacia dos Estados Unidos. E assim se deu a década de 90, que foi de ouro para os americanos, sendo o polo do mundo Unipolar.
Com a virada do milênio, essa supremacia começou a chacoalhar em todos os setores. No ramo militar está o 11 de Setembro como exemplo, provando que os EUA não é inatingível como todos pensavam. No campo cultural, a maior "globalização da globalização" tirou um pouco os EUA do centro das informações e levou o mundo a ter contato com outras culturas que não a americana (veja influência de Bollywood ou da Cinematografia chinesa no Oriente). E a questão econômica nem é preciso falar, pertencendo a um país que é um dos motivos da atual crise (tanto nos EUA como na Europa), o que consequentemente leva a uma fraqueza política também.
O que pode provar esse meu ponto de vista é justamente comparar esse início de milênio com o final do milênio passado. Pegue a atual crise por exemplo. Se a bolha imobiliária tivesse estourado na década de 90, pode ter certeza que a situação brasileira estaria tão ruim como a europeia está hoje (ou até pior, porque o social deles é mais desenvolvido que o nosso), e isso seria algo comum a todos, pois o mundo era apoiado nos EUA, incluindo a Rússia pós URSS. Mas perceba que com a bolha estourando atualmente, nós não estamos sofrendo. E por que? Porque nós nos apoiamos na China, que também não está sofrendo, assim como a Índia, Coréia do Sul, e diversos outros. E se isso foi possível, quer dizer que alguma coisa está acontecendo com os EUA.
Agora minha opinião sobre o futuro. A história nos mostra que todos os países tem um tempo de auge, e depois acabam saindo do topo, e os EUA não inventou um modo de mudar isso, por maior que ele seja. Mas os EUA nasceu para ser grande. Veja a história dele, desde os primeiros imigrantes. A grandeza do país é feita pelo povo de lá, que é um povo que não foi criado e educado para ficar para trás. Por tanto, não importa quantas potências cresçam e se desenvolvam, os EUA sempre vai ser grande. Mesmo que não esteja no topo, ele sempre estará entre os maiores, e seu governo sempre terá voz.
É isso! Espero que tenha contribuído de alguma forma para você também. Abraços e continue fazendo postagens maravilhosas como esta. ;D
Em termos militares e geoestratégicos o mundo é hoje Unipolar, mas em termos económicos e sociais estamos na presença de um Mundo Multipolar.
ResponderExcluirMuito bom!
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